Bom, resolvi fazer disso aqui um registro da minha vida, seja por acontecimentos ou quem sabe por emoções... só sei que se me der vontade de compartilhar alguma coisa é ao meu blog que recorro. Não é bem um diário, pq meu intuito nao é contar tudo da minha vida, não espere me conhecer por aqui... Mas acho que dá pra começar a me apresentar.



quinta-feira, 8 de abril de 2010

Rio, 08/04/2010

Hoje acordei me sentindo tão bem...
Abri a janela e me deparei com um céu limpo e um sol maravilhoso!
Coloquei na lista de reprodução minhas músicas favoritas e comecei a me arrumar para ir almoçar e depois ir para o curso... É, a vida está voltando ao normal e o mundo não acabou. Vesti minha camisa do meu amor maior (hoje é dia de jogo!) e isso me fez sentir ainda melhor.
Como ainda tinha tempo, conversei com os amigos na net e, é claro, com mamãe. Falar com ela é sempre bom, até quando ela me irrita, porque até assim sei que ela me ama. Mas não foi o caso hoje. Ela só queria saber como estava o Rio após a enchente e se eu estava bem. Preocupação de mãe.
Graças a Deus, eu não fui atingida pela enchente, aqui em casa tudo esteve em paz. Mas a TV e a internet estavam alarmadas. Para muitos a situação estava mais do que tensa; desesperadora. Desde segunda o caos se instalou na Cidade Maravilhosa, e de lá pra cá foram notícias, a todo momento. De pessoas que ficaram presas em seus trabalhos, outras que saíram e, desoladas, ficaram pelas ruas, ou melhor, pelas ilhas da cidade, que mais parecia um mar com seus poucos locais de refúgio, quando havia. Alunos presos nas faculdades, alguns tentando ajudar pessoas a saírem de um ônibus no qual a água já atingia as janelas. Assustadas, pessoas em cima de suas casas nas encostas clamando por socorro. Uma verdadeira luta pela sobrevivência.. Uma guerra civil.
As horas foram passando, o dia, e quando tudo parecia melhorar... dê-lhe mais chuva! Deslizamentos... Mortes... Desabrigados...
Até onde isso iria?
Quando menos esperávamos, a notícia bombástica: o maior deslizamento registrado. Niterói. Cinquenta casas atingidas, duzentos soterrados. O mundo cái novamente bem em cima do Rio, desaba... em pranto, desespero e oração.
Mães, filhos, pais, netos... todos esperando para ter notícias de seus familiares, vivos ou... alguns já sem esperança... "É muita terra!".
Amigos e desconhecidos ajudando como podem, caindo dentro, não há espaço para o medo ou a insegurança. A cada segundo as chances diminuem. Mas Alguém, que é Maior que tudo isso, lembra que Seus braços estão abertos, não só sobre a cidade do Rio, mas sobre todos nós, e nos momentos mais difíceis são Seus braços que nos resgatam. Vítimas com vida começam a ser retiradas dos escombros. Dentre os que não resistiram, há aqueles que nasceram de novo.
Hoje, assistindo ao jornal, pude ver tudo isso na gravação e a incessante busca que ainda continua. Aí caí na real que, meu Deus, está pior do que nossa vã mentalidade possa dar conta. Ajudar é mais que necessário, é fundamental, da maneira que lhe é possível. No cotidiano a gente não percebe, ou finge não perceber, mas "o mundo está ao contrário e ninguém reparou".

P.S.: Agora o céu está escuro.

2 comentários:

  1. Gente... E esse tsunami?
    Penso eu cá com meus botões.. enquanto muitos pensam em sair do rio para espairecer, eu to inquieto querendo ir... Meio louco né? Mas de (alguma coisa) e louco, todo mundo tem um pouco!
    Ajudar é fundamental. Orar também. Mas acima de tudo, cair na real de que somos MEROS seres humanos. Não somos nenhum pouco superior a essa natureza que nos rodeia!!!

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  2. A prova disso está aí mais uma vez né... É difícil de acreditar, mas o povo deixa tudo cair no esquecimento. A tragédia passa e tudo está super normal, até que venha outra. Eu me pergunto até quando precisaremos derramar lágrimas para um dia nos darmos conta de que é preciso mudar certos comportamentos ou, mais ainda, até quando resistiremos.

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